Como diminuir as chances de ter trombose depois de uma cirurgia?
O dia 16 de setembro foi o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose.
Algumas das principais intenções da data são as de:
- aumentar a conscientização sobre a doença
- colaborar para a identificação do quadro
- estimular melhores práticas de prevenção e tratamentos
Como uma das suas principais causas é a imobilidade prolongada – por conta, por exemplo, de repouso pós-cirúrgico ou viagens mais longas de avião –, o Rio Day Hospital fez questão de publicar este artigo.
A gente deseja que o conteúdo seja útil e que ajude a Organização Mundial da Saúde (OMS) a atingir a sua meta para 2025: reduzir em 25% o número de mortes prematuras por doenças não-infecciosas.
Continue aqui conosco e veja:
- O que é trombose
- Quais os sintomas da trombose
- Quais os fatores de risco da trombose
- Como prevenir trombose depois de uma cirurgia
- Quais os fatores de risco para a trombose pós-cirúrgica
O que é trombose
Primeiro vamos falar sobre o coágulo (também chamado de trombo).
Ele é aquela massa semi-sólida de sangue que se forma, por exemplo, quando nos cortamos, com a intenção de bloquear o escoamento contínuo do líquido. Nesse caso, ele se faz e se desfaz naturalmente, sem qualquer prejuízo para o corpo, sendo parte da inteligência de cicatrização do nosso organismo.
Já na trombose, um ou mais coágulos surgem sem que tenha acontecido qualquer sangramento. Eles permanecem no local, dificultando a livre circulação sanguínea pelas nossas veias e artérias, podendo ainda gerar complicações extras.
É possível que parte dos trombos se desprenda e siga até os pulmões, provocando um entupimento – chamado de embolia pulmonar. Um caso com risco de morte súbita.
Outro problema grave é quando esses coágulos soltos em movimento atingem o cérebro, provocando uma trombose cerebral. O paciente tem chances de morrer ou ficar com sequelas que envolvem dificuldade na fala, cegueira ou paralisia.
Quais os sintomas da trombose
A trombose pode se manifestar em qualquer parte do corpo por onde passam as veias e as artérias. É mais comum que ela aconteça nos membros inferiores (coxas e pernas), mas nada impede que elas se formem nos pés e nos braços.
Para reconhecer a doença, você deve ficar atento à presença de:
- dor
- inchaço unilateral
- aumento da temperatura na região
- coloração vermelha ou azul arroxeada na área afetada
- endurecimento da pele local
Porém, há casos em que ela é completamente assintomática. O que dificulta o diagnóstico e o início do tratamento.
Quais os fatores de risco da trombose
Existem muitos fatores de risco para a trombose, como:
- tendência genética
- idade avançada (acima de 60)
- colesterol alto
- repouso pós-cirúrgico
- fraturas ósseas (principalmente nos membros inferiores)
- dificuldade de movimentação por conta de viagens prolongadas em ônibus ou aviões
- uso de anticoncepcionais
- reposição hormonal
- alterações hormonais (por exemplo, na gravidez e no pós-parto)
- varizes
- profissões em que a pessoa passa muito tempo na mesma posição (sentado ou em pé)
- excesso de álcool
- tabagismo
- sedentarismo
- câncer
- doenças crônicas (como insuficiência cardíaca ou doenças pulmonares)
- doenças agudas (como infarto do miocárdio e pneumonia)
- lesões nos vasos
- desequilíbrio nos fatores de coagulação do sangue (por exemplo, por medicamentos)
Como prevenir trombose depois de uma cirurgia
Muitos itens da lista acima indicam que uma vida saudável ajuda a prevenir a trombose.
Mas, como somos um hospital, a ideia de hoje é focar no que fazer para evitar a doença por conta do repouso obrigatório no pós-cirúrgico.
Mesmo que aqui no Day Hospital a gente se concentre nos procedimentos de pequeno ou médio porte, e que as operações maiores (com mais de meia hora) ou as mais complexas sejam as mais responsáveis pelo problema.
Veja o que fazer, caso você se submeta a algum procedimento do tipo.
- Fazer caminhadas assim que o médico liberar
Claro que as cirurgias pedem repouso. Até para que as cicatrizes não rompam, mas assim que o seu médico liberar, é recomendável que você comece a caminhar gradualmente.
Enquanto você não tem alta, peça orientação a ele em relação a quanto tempo e com que nível de esforço poderá fazer isso a cada dia.
- Fazer movimentos alternativos com as pernas e os pés
Sim, enquanto não puder voltar a caminhar normalmente e se for possível, vale a pena também mexer as pernas e os pés (mesmo deitado).
Você pode pedir dicas ao próprio cirurgião ou ao fisioterapeuta da equipe. Em geral, é recomendado que a pessoa dobre e estique os membros inferiores algumas vezes ao longo do dia.
- Manter as pernas elevadas na cama
Também no período em que estiver sob observação, é bom manter as pernas elevadas na cama.
As intenções são evitar que o sangue se acumule nos membros inferiores e que retorne mais facilmente ao coração.
- Massagear os membros inferiores
E mais uma recomendação médica nesse sentido. É comum que você seja orientado a fazer massagens nas pernas algumas vezes por dia, usando óleo de amêndoas, por exemplo.
Existem alternativas ao movimento manual, como a estimulação elétrica de músculos da panturrilha e a compressão pneumática externa intermitente (com indicação especial para quem está em coma).
Em todos os casos, o objetivo é sempre o de estimular a circulação e o retorno venoso, evitando acúmulo de sangue e formação de trombos.
- Usar meias de compressão
As meias de compressão, também chamadas de compressivas ou elásticas, têm como função realizar pressão na perna, melhorando a circulação do sangue.
É possível que seu uso seja prescrito antes mesmo do procedimento cirúrgico e se estenda até que você volte às atividades normais.
Em geral, são recomendadas as de média ou de alta compressão.
- Tomar remédios anticoagulantes
Especialmente se a cirurgia é mais demorada ou tem um pós-operatório longo, o médico costuma passar remédios anticoagulantes, como a Heparina.
A intenção é prevenir a formação de coágulos.
Quais os fatores de risco para a trombose pós-cirúrgica
Existem também fatores de risco específicos para a trombose pós-cirúrgica.
Veja quais são:
- idade avançada (mais de 60), especialmente se a pessoa está acamada por conta de acidentes ou AVC
- obesidade
- fumo
- uso de anticoncepcional
- reposição hormonal
- câncer
- quimioterapia
- sangue do tipo A
- doenças no coração
- varizes
- problemas no sangue (por exemplo: trombofilia)
- se a anestesia usada na cirurgia é a geral ou a peridural
- se a cirurgia é feita enquanto a mulher está grávida
- se há infecção generalizada na hora da cirurgia
Se você se encaixa em algum desses itens e vai se submeter a uma cirurgia, vale a pena dobrar a atenção com os cuidados comentados neste artigo.
Se tem parentes e amigos que estão se preparando para qualquer operação, compartilhe com eles também essas informações.
Vamos – junto conosco do Rio Day Hospital – colaborar para que o esforço do 16 de setembro ajude a minimizar as chances de trombose e mais ainda das complicações que ela pode provocar.